quinta-feira, 21 de maio de 2009

São Paulo, 23º

Manhã de quinta, à brisa fresca no rosto, 21 de maio de 2009. Seria o dia mais calmo da face da terra não fosse pelo contraste da cidade grande. Os carros contra o vento, a poluição contra as árvores, os escapamentos contra os pulmões, o barulho contra os pássaros, a violência contra a paz, o concreto contra a terra, os esgotos contra as águas, abril contra maio, maio contra junho...
Respirei aliviado quando lembrei que este não é meu lugar. Mas nem por isso vou agir omissivamente. Enquanto aqui estiver estarei em plena cooperação com o meio e com as pessoas de bem, mesmo que seja invisivelmente e subjetivamente. Só pra descançar em paz.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Vondade de sair

Todo dia toda hora
Todo dia toda hora
Todo dia toda hora
Todo dia toda hora
Todo dia toda hora
Todo dia toda hora
Todo dia toda hora
Todo dia toda hora
Todo dia toda hora
Todo dia toda hora
Todo dia toda hora
Todo dia toda hora
Todo dia toda hora
Todo dia toda hora
Todo dia toda hora
Todo dia toda hora.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Papel rasgado

Não tenho inspiração alguma pra escrever.
Mesmo assim eu quero escrever.
Transpor para o papel o vazio do meu pensamento.
O vazio da mninha alma.
Vejo pessoas, vejo carros, vejo coisas.
Mas nao enxergo nada.
Nada, nada, nada...
O vazio é tão grande que me enche de angústia e ódio.
Me torna apático, anêmico.
Como um copo vazio que é cheio de ar.

domingo, 10 de maio de 2009

Dia de aniversário


Eu diria, um dia normal. Acordei de ressaca com o assovio do meu avô. Sempre anuncia sua chegada assim. A comida, claro, diferenciada, uma lazanha, um cupim na mostarda.

Terminado o almoço veio a serimonia sagrada do parabens a você. A cada aniversario, menos eu gosto disso. Como se diz, só pra nao passar batido.


Estavam presentes somente pais e avós. Aqueles que estarão presentes sempre! Amém!


Os anos vão passando e a gente percebe que cada vez o círculo social é menor. Ficam as pessoas que te amam de verdade. Eu cheguei num marco nesses 23 anos de vida. E entendi quem realemente se importa com a minha amizade, meu amor. Pessoas que iriam até o fim por qualquer motivo.


Pra festa, confesso que esperava muitas pessoas. Mas me enganei. E não fiquei triste. Pelo contrário, porque estava quem deveria estar! Meus amigos! Com o verdadeiro significado da palavra.


quarta-feira, 6 de maio de 2009

domingo, 3 de maio de 2009

Virada Cultural


Milhões de pessoas saracuteando como formigas entres as ruas concretas e geladas do centro.
A arquitetura gótica do lugar faz parecer que voltamos no tempo. O teatro municipal, a Catedral da Sé, Praça do colégio, Vale do Anhangabaú.
O mais perto que consegui chegar do palco, onde acontecia o tributo a Tim Maia, pude ver os musicos como pontos pretos desfigurados.
A cada esquina um som diferente. Pessoas de todas as etnias, todos os estilos, uma verdadeira salada humana.
Aos goles gordo de vinho, meus olhos se deslumbravam diante do caos cultural, onde todos são diferentes e iguais ao mesmo tempo.

sábado, 2 de maio de 2009

Da janela

Olhando daqui, da janela da minha sala de trabalho, à direita do meu corpo. Basta um desvio de olhar pra eu ver o mundo que tanto almejo. Bem, é tão perto e tão longe.
O dia de hoje é um sabado, e eu decidi sacrifica-lo. O relógio despertou, mas nao levantei naquele momento, estava totalmente apegado com a cama e o sonho que sonhava. Nao me lembro dele.
Já sabia que chegaria atrasado, portanto me prestei ao luxo de tomar um café na padaria, daí me lembrei que nao tinha dinheiro. Tomei o trem com fome.
Uma das estações da linha vermelha estava desativada para manutenção, (estaçaõ República), por isso as pessoas tinham que tomar um ônibus que partia do Anhamgabaú e levava até Santa Cecília, de forma que "pulassem" esta estação desativada. Tudo parecia surreal diante dos meus olhos. Impressioanante a calma que essa cidade obriga as pessoas a terem. Um verdadeiro caos. Aquela voz robótica penetrava aconchegantemente em meus ouvidos: "Atenção senhores usuários, devido a obra de expansão do metro, a estação Republica esta desativada, retirem um bilhete gratuito junto a um funcionario posicionado nas catracas e tome um onibus na saída a direita com destino a estação St. Cecilia. Que aconchego!
Enfim, cheguei ao destino, onde tomaria um trem suburbano. Esse realmente é um teatro itinerante. Cabe algumas cenas desse espetáculo em outrora.
Um cego desceu na mesma estação que eu, em Presidente Altino. Totalmente desorientado. Não havia sequer um agente para ajuda-lo, certamente ele tb nao tinha condições de adquirir um cão guia. Seu guia era um cabo de vaçoura. Muito provavelmente estava medingando alguns trocados pelos vagões. Ofereci ajuda, e sem hesitar apanhou meu braço, suspirando aliviado. Perguntei qual era seu destino, e o levei até la.
Embarquei no terceiro trem. Depois, na caminhada mais repetitiva da minha vida, cruzei o viaduto e as portas de onde estou agora.
Talvez eu ainda esteja sonhando aquele sonho que nao me lembro mais.
Ao som de Ray Charles, sabado de sol.