quinta-feira, 29 de julho de 2010

As vezes, sempre.

"Venho por meio dessas mal trajadas vestes pra dizer que eu to dodói, to dodói, to dodói".
Bordão da Ilha do Mel, que quase me matou de rir.
O Lobo se fez galinha e cacarejou.
Ja faz 1 ano e 5 meses desde então, mas ainda tenho as sensações.
Enfim, minhas costas doem, irradia para as pernas e pescoço. Mas suporto a dor, assim como suporto a vida, com muita alegria. Mas, "que alegria é essa"? Palhaça, mendiga, mentira. Suporto.
Ai krai, mais um dia escrevendo do trabalho com a marginal buzinando em meus ouvidos e o ventilador assoprando foligem na minha cara. Acendo um ciggaro, circulo por aí, voltou bebo um chá, sento, levanto, escrevo, reclamo, peido. Há um dilúvio dentro de mim, uma tempestade constante que faz minha perna direita tripidar incessantemente, incontrolavelmente, como se pedisse pra correr. A esquerda, quieta, dói, como se pedisse pra dormir.
Talvez as minhas pernas queiram me dizer algo.
Azia de existir. Momentos.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

PAI DOS LOUCOS


Tudo é incompleto, nada é como eu queria que fosse.
Há lacunas em cada trecho da minha vida, coisas que não entendo, ícones perdidos.
Eu sou o encontro do rio com o mar. Sou um guerreiro solitário, forte, fraco, que ri da desgraça e chora de um gesto bonito. Um mártir.
Viajo e deparo com perguntas e situações estranhas, coisas sem sentido. Meus amigos saem quando chego, e nada falo, calo. Trago a situação como uma cachaça barata e amarga que embriaga o coração.
Egoísmo efêmero, talvez. Não quero acreditar que não passo do amigo ausente que leva lisergia, ou o filho distante que deixou o quarto vazio e o baixo empenado.
É quando bate esses ventos que volto a fumar, e acredito que o título vem a calhar.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Árvore

De volta a extração de pensamentos desconexos!
Estava existindo por aí, mergulhado em trabalho e distante de tudo, sobretudo de mim. Continuo assim.
Mas escrevendo acontece um momento rápido de libertação, onde eu e você, Viking Geraldo, nos conectamos por palavras. Veja o que sinto, como me sinto, por onde estou indo, mas as vezes minto.
Essa semana foi de um dia apenas, porque todos os dias foram iguais. As noites desses dias.
Me veio a cabeça vontades antigas de sair de todos os lugares e partir pra qualquer um, junto com nimguém, distante até de mim, ou do que fiz de mim.
Fazer de mim uma poesia estranha que depois se guarda na gaveta e se esquece, pra esperar outra que a gente escreve, diferente da que foi escrita.
As vezes acho que estou em dia com as mudanças, as vezes acho que as mudanças estão em dia comigo. "Tinha uma pedra no meio do caminho. No meio do caminho tinha uma pedra"
O que escolhi ontem? O que esolhi hoje? O que escolherei amanhã? Escolho?
Hoje eu só preciso de uma árvore, mas aqui isso é pedir demais. O que deveria ser fácil é díficil e o que deveria ser difícil é fácil, eu vejo o mundo invertido.