segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Se foi

De repente você perde e não aceita.
Estou ótimo. Tentando decidir como me sentir.
Lamento ter levada a Bruna a me abandonar, não porque penso que poderia ser de outro jeito, mas porque ela havia tentado com empenho, durante bom tempo, evitar um resultado ao qual, de um modo que sempre estará fora de meu alcance, ela se opunha moralmente.
Me sinto como se forçasse uma pessoa a mentir, ou uma pessoa econômica a torrar o cheque de pagamento em barbadas sem valor.
Além disso, sentia que amava Bruna, mas de um modo fragmentado, meio narrativo, com que amamos as pessoas quando estamos doidões.
Fechei os olhos e pensei na faixa da saia batendo a sua volta enquanto dançava uma noite na sua formatura do colegial. Pensei na linha felpuda de seu pescoço e no decote de sua camisola enquanto ela se curvava para lavar o rosto na pia do banheiro, num sanduíche de salame e queijo que ela me preparou numa tarde de vento, sentados os dois no sofá da sala, vendo um filme qualquer na televisão. Olhando o mar na caladinha da noite, enquanto fumávamos na cobertura do Prédio à Praia Grande.
Estes pequeninos detalhes me faziam suspirar, pois deles se revelam um amor puro.
Senti que amava Bruna, enquanto amasse todas aquelas coisas, além da razão, e com uma saudade que me fazia querer baixar a cabeça, mas era uma amor que se parecia tremendamente com nostalgia.
Foi tão bom, e declaro aqui minha mais verdadeira satisfação em compartilhar com ela um pedacinho da minha vida.
Daqui por diante, "cabeça erguida, seguir os bons exemplos e lembrar dos momentos únicos".

3 comentários:

  1. Eu não te amei, nem te amava... EU TE AMO!

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  2. o pensamento fruto de todo o tempo que se viveu e do tempo que se vive e tudo caminha para um novo caminho. A janela está aberta.

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