terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Sentença

Uma boa ótica de ver a vida é através da tragédia!
Eu sou um desgraçado, você é um desgraçado. Por que nos defendemos tanto, se sabemos que somos desgraçados?
O ego é só mais uma das mentiras impregnadas na sua existência; digo, na nossa existência.
Durante o pálido instante entre estar acordado e dormindo, tive a manifestação brilhante de uma idéia. Lutei pra levantar e escrever, mas era tarde demais; adormeci.
O lampejo mostrava uma boa alma cometendo suícidio involuntário, motivado pelo grande ditador do padrão de vida capitalista e pelo modelo cristão ocidental. Ninguém havia me dito que havia inscrição para a escravidão, mas me alistei.
Trabalhei o ano todo como um comportado servo, e por isso recebi algum dinheiro, o qual, com um sorriso bestial e efêmero, devolvi pra quem me deu. Paguei todos os meus impostos, recebi uma carta do SERASA por atraso de pagamento de uma parcela do financiamento Construcard, todo meu 13º salário dispus para o IPVA, comprei uma lavadora de alta pressão de presente para meus pais, uma caixa de pessegos para minha sogra, algumas garrafas de cabernet sauvignon e poupei algo aproximado a 112 reais.
Me revolto por 45 segundos cada vez que vejo no noticiário a corrupção encrostada nos três poderes: legislativo, executivo e judiciário. Penso em todas as leis a que sou submetido, leis como cobras que só picam os pés de quem está descalço.
A inflação deste ano terminou acima do teto prometido pela Presidente da República, o IPI reduziu nas vésperas do Natal, que presentão! Depois esculhambam os brasileiros inadimplentes.
Eu preciso de um sabonete anti-bacteriano e de um creme dental branqueador? Eu preciso de depiladores elétricos e carros com sensores de chuva?
Não se trata mais de máscaras que vestimos, mas de fantasias completas, coloridas, como carnavalescas.

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